domingo, 31 de julho de 2011

I EXPOSIÇÃO DE FOTOS DO PROGRAMA ESCOLA DA FAMÍLIA

Confira as fotos do evento realizado hoje na escola!!

A exposição foi organizada pelos educadores universitários Andréia, Daniela, Gabriela, Lucas e Raquel e pelo educador profissional Renê!!














Ataliba de Oliveira, em breve...

DIVULGAÇÃO DO PROGRAMA ESCOLA DA FAMÍLIA À COMUNIDADE

Confira abaixo a gravação feita pela nossa parceira Rádio Heliópolis, que será utilizada para divulgação do Programa Escola da Família da nossa escola à comunidade na rádio!!


domingo, 24 de julho de 2011

EDUCAÇÃO E ESPERANÇA

 


            Pesquisas apontam que para mudar a sociedade é necessário ter presente a atuação do Educador, pois, pensar na mudança da sociedade e deixar o Educador fora desse processo é ter um projeto iníquo. Para ser Educador é preciso ter vocação. Ter vocação significa, antes de tudo, escutar a voz interior. Além da vocação, supõe-se que o Educador precisa ter amor pela Educação. Como dissera Humberto Maturana, biólogo chileno contemporâneo, que: “sem amor nós não somos seres sociais”. O amor que tratamos aqui é nesse sentido – nada de uma pedagogia romântica – é um amor que jamais apaga o desejo de ser Educador.
            No contexto atual da Educação Pública, a realidade é muito delicada, isto é, ainda não avançamos no debate sobre a melhoria sobre a Educação. Estamos acomodados tanto na conscientização política, quanto na questão de pensar um currículo interessante para a escola, envolvendo a comunidade na elaboração de propostas para uma Educação diferente. Afinal, o mundo mudou, e o que aconteceu com a Educação?
            Têm-se recentemente cobrado dos governantes, dos sindicatos, dos professores responsabilidades as quais possam superar suas propostas partidárias. Cabe-lhes enfrentar os desafios da Educação Pública, tendo competência política e sensibilidade. Espera-se que eles apontem soluções para os problemas educacionais. Para salvar a Educação, precisamos de esperança, porque a esperança jamais falha (Romanos 5, 5). Nesse sentido, é importante aprender a crer, isto é, acreditar em outro tipo de Educação. Aprender a crer na esperança por outra política educacional, de saúde, de cultura, quer dizer, “enquanto alguém está vivo, ainda há esperança, porque é melhor um cão vivo do que um leão morto” (Eclesiates 9,4).
            Torna-se cada vez mais claro o fato de que a política educacional não melhorou e que os educadores diante dessa política estão desanimados, e não apenas eles, como os alunos que vão “obrigados” para escola. Há uma apatia no ambiente escolar, alguns profissionais da Educação não acreditam na mudança da gestão educacional insidiosa. Numa conjuntura de crise na Educação Publica, os educadores precisam criar novos objetivos à Educação, apresentando-os para a comunidade escolar, principalmente para a família.
            O Programa Escola da Família da Escola Ataliba de Oliveira vem pouco a pouco fomentando práticas voltadas para a comunidade, ou seja, é um dos meios de fazer uma Educação melhor para todos, mas é urgente rever pontos para a melhoria do projeto. Os frutos do Programa estão nos trabalhos desenvolvidos pelos educadores, voluntários, pela comunidade dentro da escola, pela participação dos pais os quais acompanham seus filhos nos finais de semana. Acreditamos que o Programa Escola da Família é uma forma de esperança para que se faça uma Educação participativa e de qualidade, podendo ser referência para pensar os princípios e diretrizes curriculares do sistema de ensino básico.
            Portanto, a tarefa que deve ser realizada pelos educadores, tendo como fundamentação uma proposta que quer enfrentar os desafios da Educação, é a de levar esperança à família, à sociedade. A esperança para outro mundo está na Educação, mas não em uma educação de qualquer tipo, pensada por uma gestão módica. Pressupõe em uma Educação capaz de formar a pessoa humana para transcender a vida superficial do mercado moderno, superando a Educação medíocre. O Programa Escola da Família da Escola Ataliba de Oliveira está disposto a alimentar a esperança dos profissionais da Educação E das famílias, ele acredita no desenvolvimento integral da comunidade, mas para isso é necessário ter uma reformulação na gestão educacional ou continuaremos a ter uma Educação fragmentada e deficiente.
           

Renê da Silva Barbosa – Educador e Coordenador do Cursinho Paideia

Ataliba de Oliveira, Em breve...


Ataliba de Oliveira, Acontece...





sábado, 23 de julho de 2011

O aquecimento Global e as cidades brasileiras



Os relatórios do IPCC prevêem que o aquecimento global provocará alterações dramáticas em diversas partes do planeta. Se nas metrópoles do Hemisfério Sul os problemas atuais já são graves e complexos, o que ocorrerá quando estas mesmas aglomerações forem impactadas pelas mudanças climáticas?
O governo dos Emirados Árabes anunciou recentemente o início da construção de Masdar City 1, a primeira cidade do mundo pretensamente com emissão zero. O projeto, desenvolvido em colaboração com a WWF 2, deverá ter sua implantação concluída até 2012. Prevê, entre outras coisas, que a energia será produzida por meio de sistema fotovoltaico solar, a água potável será proveniente de dessalinização do oceano e os resíduos serão tratados e depositados localmente. Os alimentos para os 50 mil residentes virão das cercanias da cidade e não haverá acesso para automóveis. O projeto contempla ainda a construção de uma universidade dedicada à pesquisa sobre a sustentabilidade ambiental dos modelos de desenvolvimento.

Apesar de interessante, sabe-se que é muito difícil esse tipo de experiência ser aplicado em larga escala, principalmente considerando-se que mais da metade da população do planeta vive em cidades já construídas, com infra-estruturas e sistemas urbanos, em muitos casos, bastante consolidados.

É importante lembrar que a intensidade de urbanização do mundo e do Brasil superou as expectativas de muitos planejadores e técnicos. Em 1950, havia, em todo o planeta, 86 cidades com mais de 1 milhão de habitantes. Atualmente, são 400. E, no ano de 2015, serão 550. O campo, por sua vez, chegou praticamente à população máxima e, segundo as estimativas, experimentará um declínio a partir de 2020. Seguindo esta tendência, as cidades deverão responder por quase todo o crescimento populacional do mundo, cujo pico ocorrerá por volta de 2050, quando atingiremos 10 bilhões de habitantes. Aproximadamente 95% desse aumento se concentrarão nas áreas urbanas dos países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos. A população urbana da China, Índia e Brasil já é quase igual à da Europa e da América do Norte 3.

Ressalte-se que este intenso processo de urbanização se caracteriza, na sua maior parte, por pobreza e miséria, precariedade de infra-estrutura e de serviços públicos básicos e ausência de alternativas de trabalho decente para parcelas significativas da população. Segundo dados da UN-Habitat 4 apresentados por Mike Davis, os países com as maiores populações faveladas do mundo, tais como a China (193 milhões de pessoas), a Índia (158 milhões), o Brasil (51 milhões), a Nigéria (41 milhões) e o Paquistão (36 milhões), estão justamente entre aqueles que vivem ou viveram nos últimos anos dinâmicas intensas de urbanização, que combinaram desigualdade, pobreza e precariedade.

Assim, o Brasil é um país que possui imensa dívida social, também no âmbito urbano. Alguns autores preferem chamar de “tragédia urbana” 5 este quadro que se desenvolveu principalmente ao longo do século XX, mas que tem raízes no período colonial. Atualmente, mais de 80% da população brasileira, de 184 milhões de habitantes, vivem nas cidades.

Os déficits são impressionantes. Faltam moradias para 7,2 milhões de famílias – 5,5 milhões das quais nas áreas urbanas. Cerca de 10,2 milhões de moradias carecem de pelo menos um dos serviços públicos básicos (abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de lixo ou fornecimento de energia elétrica). As cidades possuem 18 milhões de pessoas sem abastecimento público de água potável, 93 milhões sem rede de esgotos sanitários e 14 milhões sem coleta de lixo. Cerca de 70% do esgoto coletado é despejado in natura nos rios, mares e corpos d’água, gerando impactos no ambiente e na saúde humana. A cada ano, aproximadamente 33 mil pessoas morrem e 400 mil são feridas por acidentes de trânsito no país 6.

Quantitativamente, segundo dados do Ministério das Cidades, os acidentes de trânsito constituem o segundo maior problema de saúde pública do país. Devido aos congestionamentos nas grandes e médias cidades, são perdidos 258 milhões de litros de combustíveis e 123 mil toneladas de monóxido de carbono são lançadas na atmosfera. As perdas equivalem a 2% do PIB.

Os relatórios do IPCCA divulgação dos relatórios do IPCC 7 em 2007 ocupou considerável espaço na mídia e suscitou debates em vários setores da sociedade. Se as tendências e previsões descritas nos relatórios se confirmarem, alterações dramáticas ocorrerão em diversas partes do globo. Algumas tenderão a atingir toda população do planeta. Outras impactarão mais algumas regiões e segmentos populacionais.

Discutir as mudanças climáticas globais e as cidades pressupõe um caminho de mão dupla: considerar possíveis impactos das mudanças climáticas nas cidades, de um lado; e o impacto das atividades urbanas no aquecimento global, de outro.

Os relatórios 8 prevêem efeitos relevantes que podem atingir o mundo inteiro:

1. Elevação irreversível do nível dos mares, com conseqüências drásticas nas cidades costeiras, situadas em ilhas de baixa altitude ou próximas dos deltas dos rios;

2. Maior incidência de tempestades e ciclones, com exacerbação de suas intensidades;

3. Impactos nos assentamentos humanos, nos sistemas de transportes e nos serviços urbanos devido a inundações, e conseqüente aumento das pressões sobre a infra-estrutura das cidades;

4. Escassez ou falta de água para uso doméstico em determinadas localidades e épocas do ano;

5. Redução do potencial de geração hidroelétrica;

6. Deterioração ainda maior das condições de vida dos habitantes das regiões mais fortemente atingidas e que não possuam moradias apropriadas;

7. Aumento das migrações;

8. Altas despesas para proteção de cidades litorâneas e reassentamento de populações;

9. Declínio da qualidade do ar.

Como se depreende com facilidade, vários destes itens são relevantes para o Brasil, que possui muitas cidades grandes e importantes na faixa litorânea, onde reside parcela significativa da população. E as vulnerabilidades às mudanças climáticas são potencializadas quando associadas a outras condições negativas, como pobreza e acesso desigual aos recursos, insegurança alimentar, tendência à globalização econômica, incidência de doenças endêmicas ou epidêmicas 9. Acrescente-se a isso a alta precariedade das condições de vida dos moradores das ruas, das favelas, dos cortiços, dos loteamentos clandestinos, das periferias das metrópoles. Sabe-se que parcelas consideráveis das favelas do país ocupam beiras de rios, córregos e fundos de vale – áreas que seriam mais castigadas com aumento das chuvas e inundações.

Prevenir e remediarSe nas cidades dos países do Hemisfério Sul os atuais problemas já são graves e complexos, que diremos no caso destas mesmas aglomerações urbanas serem impactadas pelas mudanças climáticas?

Com relação aos fenômenos climáticos locais, as cidades já apresentam anomalias e desigualdades significativas. Na megalópole de São Paulo, por exemplo, quando se comparam as temperaturas de regiões situadas fora da zona urbana com as de regiões próximas à área central, notam-se diferenciais de 5o C a até 10o C [ver figura]. Isso decorre das características da urbanização, que, historicamente, ocasionou a brutal supressão da vegetação (na sua maioria dos casos sem reposição nem compensação), a impermeabilização de vastas áreas do território e a emissão de toneladas de gases e poluentes atmosféricos.

Pode-se facilmente identificar as áreas com presença mais significativa de vegetação por meio da simples observação do mapa de temperaturas. E constata-se a existência de um pequeno “efeito estufa urbano”, que provoca inclusive alterações nas precipitações pluviométricas. No caso de São Paulo, as ilhas de calor encontradas nas zonas central e leste da cidade produzem chuvas mais concentradas e intensas nessas regiões. Os ventos carregados de umidade provenientes do mar tendem a provocar precipitações ao encontrar as maiores temperaturas e engendram um efeito duplamente perverso: reduzem as chuvas nas proximidades da Serra da Cantareira, onde se localizam os mananciais de água potável, e aumentam as precipitações nas áreas já urbanizadas, com trágicas conseqüências em termos de enchentes.

Diante deste quadro de enormes desafios, o que fazer?

1. Considerando-se a possibilidade de inundações, o planejamento e os investimentos preventivos em regiões de fundos de vale de cidades costeiras, próximas a deltas ou ribeirinhas são necessidades urgentes. O aperfeiçoamento de padrões e normas que promovam mudanças compatíveis nos projetos de infra-estrutura urbana e de habitação também compõe a agenda das prioridades.

Para atuação nos casos de emergência, em situações de inundações intensas ou secas muito severas, seriam necessários o desenvolvimento de planos de defesa civil; a capacitação e o treinamento de pessoal; e providências para relocação de pessoas e de parte da infra-estrutura urbana (alojamentos, moradias provisórias etc.). Ressalte-se que, ao contrário de outros países, o Brasil não possui tradição nessas atividades.

2. Políticas de planejamento e gestão do território urbano 10 e seus respectivos investimentos, que garantam a preservação das áreas de mananciais, a fiscalização das invasões e ocupações irregulares promovidas por grileiros e loteadores clandestinos e a disponibilização de habitações sociais para a população de baixa renda, podem contribuir muito para melhoria da qualidade da água nas cidades.

Políticas de saneamento ambiental, que incluam programas de redução do desperdício da água, também são muito bem-vindas. Como mostrou artigo recentemente publicado em Le Monde Diplomatique Brasil 11, em algumas capitais brasileiras, as perdas de água, do manancial até a torneira, podem chegar a mais de 70%, como é o caso de Manaus, Rio Branco e Porto Velho, e são de 53% no Rio de Janeiro.

Políticas de ocupação e uso do solo, que incentivem as atividades de produção de alimentos o mais próximo possível dos centros de consumo, são altamente recomendáveis, na medida em que minimizam a necessidade de transportes de carga.

Assim, as políticas públicas urbanas e ambientais podem e devem ser implementadas, seja para prevenir, mitigar e remediar os efeitos da mudança climática, seja para contribuir com a diminuição de emissões de gases de efeito estufa, desperdícios de água e mau uso de energia e outros recursos essenciais à vida e à sociedade. O planejamento e a gestão urbanos podem contribuir muito, combinando restrições e incentivos aos proprietários e investidores para aumentar a permeabilidade do solo e favorecer a recarga dos lençóis freáticos e melhorar a eficiência dos sistemas de transportes públicos e coletivos.

Neste último caso, devemos lembrar que, quanto mais próximo o trabalhador residir do trabalho, tanto menor será a sua necessidade de deslocamento, e tanto menor, portanto, o impacto ambiental. Como parte significativa das oportunidades de trabalho ocorre nas áreas centrais das metrópoles, é estratégico disponibilizar moradias nessas regiões. São assim relevantes as iniciativas de reabilitação de unidades já existentes e provisão de unidades novas nas regiões consolidadas e mais próximas dos centros das cidades. Estas últimas medidas poderiam compensar a tendência, verificada em diversas regiões metropolitanas do Brasil, de esvaziamento populacional dos centros urbanos e adensamento das periferias – movimento que contribuiu para potencializar a insustentabilidade das grandes cidades nos últimos 30 anos. Além do que, a minimização dos deslocamentos reduziria os transtornos em contextos de inundações.

3. Quanto ao saneamento ambiental, a implementação de técnicas de conservação e reutilização da água, numa perspectiva de gerenciamento integrado dos recursos hídricos, constitui uma base inicial importante. O combate ao desperdício e às perdas contribuirá para economia de energia e de recursos naturais e públicos. Ações como minimização de volume, reutilização, reciclagem, aproveitamento do gás metano em aterros sanitários controlados e compostagem de orgânicos são medidas altamente recomendáveis no tratamento dos resíduos sólidos. Existe, aí também, espaço para inovação e aprendizagem social em prol da sustentabilidade socioambiental, considerando o conjunto (ainda tímido) de projetos promissores que surgem, articulando redes de catadores, empresas e órgãos públicos.

4. O investimento prioritário e planejado em sistemas de transporte público e de massa nas metrópoles e grandes cidades é fundamental. Tal iniciativa precisa ser complementada por restrição ao uso de automóveis e caminhões em determinadas regiões e horários, e pelo estímulo e facilidades para deslocamentos a pé e com bicicleta no caso de distâncias pequenas. Aliás, providências neste sentido já deveriam ter ocorrido há muito tempo, considerando-se os benefícios múltiplos que acarretam, inclusive para a saúde pública 12.

5. O incentivo ao uso de sistemas de energia que aproveitem recursos locais (por exemplo, fontes solar e eólica), tanto em órgãos e serviços públicos quanto nos setores produtivos e residenciais, pode trazer benefícios tangíveis na diminuição da dependência de fontes energéticas mais impactantes e/ou poluidoras, como os sistemas hidrelétricos, termelétricos e nucleares.

Os códigos e leis municipais, bem como as normas técnicas de edificações, também podem mitigar a demanda energética e os impactos ambientais, por meio de diretrizes de projeto arquitetônico, uso de materiais e revestimentos apropriados, bem como de sistemas e subsistemas construtivos mais eficientes do ponto de vista energético, térmico e acústico.

A preservação, manejo e gestão de áreas verdes urbanas, parques e praças, bem como a permanente ampliação da biomassa nas cidades, é outro conjunto de políticas e programas prioritário. A elaboração de planos e projetos de parques lineares, que aproveitem as regiões de fundos de vale, concorre com os mesmos objetivos. Igualmente estratégicas são a preservação e a manutenção da permeabilidade do solo das áreas de topos de morro, cabeceiras e nascentes de córregos e rios6. Finalmente, a mudança nos modos de vida, padrões de comportamento e cultura pode contribuir para atenuar os efeitos dramáticos da mudança climática. Programas de sensibilização e informação que capacitem os cidadãos a reverem suas opções de consumo (tipos e localizações de residências, modos de transporte, formas de lazer etc.) podem ter um papel importante em médio prazo.

O confronto com toda esta problemática coloca na ordem do dia demandas por pesquisas interdisciplinares em políticas públicas, planejamento e gestão; tecnologia, inovação e ciências sociais aplicadas. O desenvolvimento de sistemas de melhor performance e eficiência também deve ser incentivado.

Em última instância, caberia debater em que bases se pretende construir uma sociedade mais sustentável. A atuação sobre as gravíssimas conseqüências dos problemas é importante, porém não se pode abandonar a discussão sobre as causas. Como afirmou o físico brasileiro Paulo Artaxo 13, o relatório do IPCC demonstrou que o modelo de desenvolvimento que o mundo vem adotando não é sustentável nem em curto prazo. “Se cada um dos mais de dois bilhões de chineses e indianos quiser ter em suas casas um automóvel, uma televisão e um forno de microondas, não haverá recursos naturais suficientes no planeta para sustentar isso”, disse. E acrescentou que a questão suscita uma importante discussão moral, pois os chineses e indianos têm tanto direito quanto os norte-americanos e europeus de desfrutar dos confortos da vida moderna.

O mesmo raciocínio poderia ser estendido ao Brasil, com relação ao uso do automóvel e ao acesso a moradias decentes em áreas bens servidas de infra-estrutura e serviços públicos urbanos. Essa discussão, aliás, é levantada pelo professor Elmar Altvater por meio da noção de que a nossa sociedade está fundada na produção e consumo de “bens oligárquicos” 14.

Os relatórios e dados são públicos e o debate foi lançado. Cabe à sociedade civil se mobilizar, avaliar o que foi feito até hoje, e decidir que tipo de cidades e planeta pretendemos construir para essa e para as próximas gerações. Os obstáculos são muitos e medidas de reversão das tendências de insustentabilidade certamente exigirão a sensibilização de muitos atores, a negociação de conflitos e a construção de novos pactos. No limite, atitudes corajosas de enfrentamento de interesses econômicos e políticos poderosos, como, por exemplo, da indústria automobilística e de empresas da construção civil e do mercado imobiliário, podem ser necessárias.

O Estado terá certamente importante papel a desempenhar. Afinal, se a cidade tende a ser uma mercadoria no sistema capitalista 15, cabe ao Estado o papel de mediar, regular e gerir. E, à sociedade civil, o papel de monitorar e fiscalizar. Pode ser que, de fato, cada avanço histórico tenha o seu preço.

** Francisco Comarú é engenheiro civil e doutor em Saúde Pública, é professor e pró-reitor adjunto da Universidade Federal do ABC.

***Artigo originalmente publicado no Le Monde Diplomatique Brasil e reproduzido na Revista Sustentabilidade por meio de um acordo de troca de conteúdo.

Química no cabelo durante gravidez faz crescer risco de bebê ter leucemia

Estudo, feito pela Escola Nacional de Saúde Pública em parceria com o Instituto Nacional de Câncer, acompanhou 650 mães de todas as regiões do País, exceto o Norte; pesquisadores avaliaram substâncias existentes em 14 marcas de tintura e alisadores

Fernanda Bassette - O Estado de S.Paulo
O uso de tinturas ou alisadores de cabelo durante os três primeiros meses de gravidez aumenta em quase duas vezes o risco de o bebê desenvolver leucemia nos primeiros dois anos de vida. Embora seja considerada uma doença rara, a leucemia atinge cerca de 5% das crianças nessa idade.

JF Diorio/AE

 

A conclusão é do primeiro estudo epidemiológico brasileiro que investigou o tema. O trabalho foi realizado pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) em parceria com o Instituto Nacional de Câncer (Inca) por mais de dez anos. Ao menos por enquanto, os dados sugerem que as mulheres não devem pintar os cabelos durante a gravidez.

O trabalho foi realizado em 15 centros de todas as regiões do País, exceto a Norte. Foram analisadas 650 mães: 231 com filhos diagnosticados com leucemia antes de 2 anos de idade e 419 mães controle sem filhos com câncer.

Segundo o biólogo da ENSP Arnaldo Couto, autor do estudo, das 231 mulheres cujos filhos tiveram leucemia, 35 (ou 15,2%) usaram produtos químicos no cabelo no primeiro trimestre da gravidez. Entre as 419 mães controle, 41 (ou 9,8%) utilizaram tinturas no mesmo período.

"O estudo mostrou que a doença não se manifestou ao acaso. Há uma associação significativa entre a exposição a tinturas e alisantes com o desenvolvimento de leucemia", diz Couto.

Maria do Socorro Pombo-de-Oliveira, chefe do Programa de Hematologia e Oncologia Pediátrica do Inca, que coordena o estudo, confirma a importância do achado e afirma ter ficado surpresa com os resultados.
"É a primeira vez que um trabalho olha para essa direção. Mas, como se trata de uma doença rara, o número de casos precisa ser confirmado em análises experimentais posteriores", diz ela.

O estudo. A partir do momento em que uma criança com menos de 2 anos era diagnosticada com leucemia em um dos centros parceiros, uma amostra de sangue seguia para o Inca para confirmação diagnóstica.
Além de confirmar o tipo de leucemia - mieloide aguda (LMA) ou linfoide aguda (LLA) -, os pesquisadores realizavam a entrevista materna. A LLA é a mais comum das leucemias infantis - cerca de 75% dos casos (mais informações nesta pág.).

Depois, uma equipe entrevistava cada uma dessas mães. O questionário incluía perguntas sobre hábitos de vida: alimentação, tabagismo, uso de álcool e medicamentos, exposição a agrotóxicos e tinturas.
Para cada mãe com filho com leucemia, os pesquisadores entrevistavam duas mães controle - com um filho da mesma idade e sem a doença maligna.

As perguntas eram direcionadas para os três meses antes de a mulher engravidar, os três trimestres da gestação e os três primeiros meses após o parto. "A ideia era identificar fatores ambientais que poderiam ter influência no desenvolvimento das leucemias", explica Couto.

Compostos químicos. Os pesquisadores analisaram os compostos existentes em 14 marcas de tinturas e alisadores. Foram identificados 150 componentes - 32 deles potencialmente prejudiciais à saúde do bebê.
Com os dados em mãos, Couto calculou a estimativa de risco de a criança desenvolver leucemia por a mãe ter feito uso desses produtos. De acordo com o pesquisador, esse risco é 1,8 vez maior em mães expostas aos cosméticos do que entre aquelas que não haviam utilizado os produtos durante a gestação.
"É justamente no primeiro trimestre que o bebê está em formação. Nessa fase existe uma divisão celular intensa e constante. Uma das hipóteses é a de que as substâncias químicas alteram o DNA e modificam a informação genética da criança", diz Couto.

Segundo Maria do Socorro, o próximo passo é descobrir qual mecanismo levou a esses casos. Os compostos da família dos fenóis, que foram os mais associados ao aumento do risco, já estão sendo estudados pela equipe.

domingo, 17 de julho de 2011

DIA DOS PAIS

Manpower abre 2 mil vagas temporárias até agosto

 



     A Manpower, empresa especializada em soluções de mão de obra, oferece cerca de 2 mil vagas temporárias de emprego em diversas funções e setores para atender os picos de demanda de várias regiões do país motivados pelo Dia dos Pais, este ano celebrado em 14 de agosto.
As contratações são nos setores da indústria, de serviços e varejo, com chances para profissionais da área financeira, auxiliares e assistentes de loja, operadores de caixas, gerentes, promotores PDV e coordenadores de promoção. A empresa não exige experiência anterior, ampliando as oportunidades aos jovens em busca do primeiro emprego.

     Os salários variam entre R$ 600 podendo chegar a R$ 8 mil, para cargos de gerência. A companhia oferece os benefícios de vale-transporte, vale-refeição e outras bonificações que variam de acordo com a empresa e localidade.

Cerca de 40% das oportunidades são para cidade de São Paulo. Além da capital paulista, a Manpower tem filial e seleciona nas cidades de Campinas (SP), Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE), Jundiaí (SP), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Santo André (SP) e São José dos Campos (SP).

     De acordo com a companhia, é importante que os candidatos de outras localidades também cadastrarem currículo, já que é possível a demanda de profissionais ao longo do processo seletivo. “Vagas temporárias são ofertadas durante o ano todo, pois várias empresas procuram por mão de obra esporádica, seja para lançar um produto no mercado ou fazer uma promoção fora do calendário de datas comemorativas”, explica Riccardo Barberis, country manager da Manpower.

     O processo seletivo consiste em triagem e análise curricular. Em caso de adequação do interessado com o perfil desejado pela empresa, o candidato será convocado para as fases presenciais da seleção, como entrevistas com gestores de recursos humanos, testes práticos e dinâmicas de grupo, variando conforme a vaga em aberto e a filial. “O fim desse processo é nos pontos de venda, com a contratação de pessoal para atender os consumidores nos supermercados e nas lojas”, comenta Barberis.

     Os interessados em se candidatar às oportunidades de trabalho temporárias devem ter disponibilidade de horário. Os currículos podem ser cadastrados gratuitamente no site www.manpower.com.br.

Douglas Terenciano


CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL

Governo oferece 6.480 em cursos gratuitos em SP



     
    A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT) está com inscrições abertas para 6.480 vagas em cursos gratuitos de qualificação profissional nas áreas da construção civil, comércio, indústria e prestação de serviços. Deste montante, são 2.528 oportunidades na capital paulista e 3.952 chances na Região Metropolitana de São Paulo. Para participar é preciso ter idade mínima de 16 anos, ser alfabetizado e residir na região onde o curso é oferecido.
Entre as opções de cursos oferecidos estão panificação artesanal, assistente administrativo, informática, mecânica, eletricista, logística, motorista de táxi, produção de açúcar e álcool, recepção, atendimento, entre outras. A lista completa com as modalidades oferecidas pode ser consultada pelo site www.viarapida.sp.gov.br. São oferecidos mais de 130 cursos, com duração de um a três meses.

  
    Os candidatos selecionados receberão material didático e subsídio de transporte no valor de R$ 120 por mês. Os desempregados sem seguro desemprego ou benefício previdenciário também têm direito à bolsa-auxílio mensal de R$ 210 durante o período do curso, podendo receber o total de R$ 330. As turmas iniciais estão previstas para agosto.


    Os interessados devem realizar suas inscrições somente pelo site www.viarapida.sp.gov.br, ou diretamente munidos de RG e CPF, nos postos do programa ‘Acessa São Paulo’, espalhados em todo o Estado.

Douglas Terenciano

CAMPEONATO INTER CLASSE - 16.07.11

Confira as fotos do Campeonato Inter Classe 2011 dos jogos realizados ontem!!








 


















domingo, 10 de julho de 2011

CAMPANHA DO AGASALHO 2011

Vídeo Institucional da campanha do Agasalho 2011
Escola da família - Ataliba de Oliveira




Posto de Arrecadação:

Escola Estadual Ataliba de Oliveira
Rua São Silvestre, Nº 400 - São João Clímaco
São Paulo - SP


Divulgado edital para agente de telecomunicações



Foi  publicado, na noite desta quinta-feira (7), no site da Acadepol, o tão aguardado edital que regerá o concurso para agente de telecomunicações da Polícia Civil do Estado de São Paulo. Como era previsto, o órgão oferece 220 oportunidades.

A carreira de agente de telecomunicações abrange atividades de comunicação interna, seja via telefone ou rádio, pesquisas de dados e atendimento ao público. A remuneração é de R$ 2.682,38.

Para participar, é preciso, entre outras exigências, ter nível médio completo e carteira nacional de habilitação no mínimo na categoria B. É importante destacar que, caso o candidato que ainda não tenha a CNH, poderá concorrer mesmo assim, devendo apresentar o documento apenas quando houver a nomeação para assumir o cargo.

As inscrições poderão ser realizadas entre este sábado (9) e as 16h do dia 19 de julho, exclusivamente pela internet, por meio do site da Polícia Civil do Estado de São Paulo (www.policiacivil.sp.gov.br). A taxa de participação é de R$ 38,39 - a isenção do pagamento será concedida aos candidatos estudantes que recebem menos de dois salários mínimos mensais ou estão desempregados.

O concurso será composto por prova preambular, prova oral e testes de aptidão física e psicológica. Com duração de quatro horas, o primeiro exame terá 80 questões sobre língua portuguesa, noções de direito, noções de criminologia, lógica e informática. 

Informações a respeito de data, horário e locais das etapas da seleção serão divulgadas, oportunamente, pela comissão organizadora.

O edital do concurso também será publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo deste sábado (9). Quem preferir a versão impressa, pode obtê-la na edição do JC&E que vai às bancas também neste sábado.


Leandro Cesaroni


Fonte: http://jcconcursos.uol.com.br/Concursos/Noticiario/edital-agente-concurso-policia-civil-sp-36573

Ataliba de Oliveira - 2º Semestre