domingo, 24 de julho de 2011

EDUCAÇÃO E ESPERANÇA

 


            Pesquisas apontam que para mudar a sociedade é necessário ter presente a atuação do Educador, pois, pensar na mudança da sociedade e deixar o Educador fora desse processo é ter um projeto iníquo. Para ser Educador é preciso ter vocação. Ter vocação significa, antes de tudo, escutar a voz interior. Além da vocação, supõe-se que o Educador precisa ter amor pela Educação. Como dissera Humberto Maturana, biólogo chileno contemporâneo, que: “sem amor nós não somos seres sociais”. O amor que tratamos aqui é nesse sentido – nada de uma pedagogia romântica – é um amor que jamais apaga o desejo de ser Educador.
            No contexto atual da Educação Pública, a realidade é muito delicada, isto é, ainda não avançamos no debate sobre a melhoria sobre a Educação. Estamos acomodados tanto na conscientização política, quanto na questão de pensar um currículo interessante para a escola, envolvendo a comunidade na elaboração de propostas para uma Educação diferente. Afinal, o mundo mudou, e o que aconteceu com a Educação?
            Têm-se recentemente cobrado dos governantes, dos sindicatos, dos professores responsabilidades as quais possam superar suas propostas partidárias. Cabe-lhes enfrentar os desafios da Educação Pública, tendo competência política e sensibilidade. Espera-se que eles apontem soluções para os problemas educacionais. Para salvar a Educação, precisamos de esperança, porque a esperança jamais falha (Romanos 5, 5). Nesse sentido, é importante aprender a crer, isto é, acreditar em outro tipo de Educação. Aprender a crer na esperança por outra política educacional, de saúde, de cultura, quer dizer, “enquanto alguém está vivo, ainda há esperança, porque é melhor um cão vivo do que um leão morto” (Eclesiates 9,4).
            Torna-se cada vez mais claro o fato de que a política educacional não melhorou e que os educadores diante dessa política estão desanimados, e não apenas eles, como os alunos que vão “obrigados” para escola. Há uma apatia no ambiente escolar, alguns profissionais da Educação não acreditam na mudança da gestão educacional insidiosa. Numa conjuntura de crise na Educação Publica, os educadores precisam criar novos objetivos à Educação, apresentando-os para a comunidade escolar, principalmente para a família.
            O Programa Escola da Família da Escola Ataliba de Oliveira vem pouco a pouco fomentando práticas voltadas para a comunidade, ou seja, é um dos meios de fazer uma Educação melhor para todos, mas é urgente rever pontos para a melhoria do projeto. Os frutos do Programa estão nos trabalhos desenvolvidos pelos educadores, voluntários, pela comunidade dentro da escola, pela participação dos pais os quais acompanham seus filhos nos finais de semana. Acreditamos que o Programa Escola da Família é uma forma de esperança para que se faça uma Educação participativa e de qualidade, podendo ser referência para pensar os princípios e diretrizes curriculares do sistema de ensino básico.
            Portanto, a tarefa que deve ser realizada pelos educadores, tendo como fundamentação uma proposta que quer enfrentar os desafios da Educação, é a de levar esperança à família, à sociedade. A esperança para outro mundo está na Educação, mas não em uma educação de qualquer tipo, pensada por uma gestão módica. Pressupõe em uma Educação capaz de formar a pessoa humana para transcender a vida superficial do mercado moderno, superando a Educação medíocre. O Programa Escola da Família da Escola Ataliba de Oliveira está disposto a alimentar a esperança dos profissionais da Educação E das famílias, ele acredita no desenvolvimento integral da comunidade, mas para isso é necessário ter uma reformulação na gestão educacional ou continuaremos a ter uma Educação fragmentada e deficiente.
           

Renê da Silva Barbosa – Educador e Coordenador do Cursinho Paideia